domingo, 13 de setembro de 2009

Candidatura do PSD à Assembleia de Freguesia de Unhos

1 - Mário José de Oliveira Rodrigues
60 anos
Empresário

2 - Rolando dos Reis Borges
38 anos
Militar

3 - Maria Cecília Rodrigues dos Santos Fernandes
69 anos
Doméstica

4 - Armindo Rodrigues Francisco
73 anos
Reformado

5 - José Pereira Alves Neves
46 anos
Func. Público

6 - Sandra Maria dos Reis Barros Delgado

7 - David de Jesus Silva
50 anos
Comerciante

8 - Avelino Ferreira
65 anos
Comerciante

9 - Alexandra Marília Varela Neves
24 anos
Lic. Direito

10 - Adérito de Jesus Botelho
56 anos
Industrial

11 - António da Rocha Botelho
44 anos
Comerciante

12 - Lia Carina Proença Rodrigues
22 anos
Estudante

13 - Jorge Paulo Henriques Alves
40 anos
Comerciante

14 - José Aldónio Vieira da Nobrega
50 anos
Taxista

15 - Maria Manuela Ferreira Chaves Fernandes
58 anos
Doméstica

16 - Paulo Joaquim Teles da Rocha
39 anos
Estucador

17 - António José Anselmo Fernandes
58 anos
Segurança

18 - Delfina Duro Andrade Cardoso
60 anos
Doméstica

19 - José Maria Crespo
77 anos
Comerciante

20 - José Pereira Dias
80 anos
Reformado

21 - Teresa Duro Andrade
53 anos
Modista

22 - Anabela Carshambay Dias Jesus
39 anos
Assessora Administrativa


quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O Catujal

O Catujal (antigamente Catejal) é uma povoação da freguesia de Unhos, em Loures, que engloba sensivelmente a metade sul da freguesia. Faz fronteira com Sacavém, Camarate, Unhos, Apelação e o Rio Trancão. É referenciado em meados do século XIX pela qualidade das suas águas medicinais.


CA TUJAL - HISTÓRIA

IDADE MÉDIA (Sécs. XIII - XIV - XV)

As referências mais antigas ao lugar do Catujal datam do reinado de D. Dinis. Um documento datado de 1295 e assinado por este Rei e sua mulher a Rainha Santa Isabel doa à Infanta D. Constança o reguengo de Unhos, que inclui o lugar do Catujal. A doação é válida apenas em vida da Infanta. É uma doação de tipo feudal em que a dita Infanta passa a auferir todos os direitos e rendas provenientes de casais, quintas, moinhos, azenhas, padroados de igrejas, possuindo ainda o direito de exercer a justiça nesses locais. Ainda na época de D. Dinis é aforado um casal no lugar do Catujal, termo de Unhos a um certo Leonardo Vicente. O aforamento é um contrato de exploração fundiária ficando o Rei (proprietário) com o domínio de facto da propriedade e o foreiro com os proventos de exploração da mesma mediante pagamento de um foro (ou renda) anualmente ao Rei (em dinheiro ou géneros). Em 1317 ainda sob o reinado do mesmo monarca são doadas 3.000 libras proven~entes das rendas dos reguengos (propriedades régias) de Sacavém, Frielas, Camarate e Unhos (incluindo Catujal) ao Almirante Pessanha e seus descendentes. Privilégio que será confirmado em 1327 e em 1356 respectivamente nos reinados de Afonso IV e Pedro I. Em 1372 D. Femando doa a sua mulher, Rainha D. Leonor Teles após o contrato de casamento, os reguengos de Sacavém, Frielas, Camarate e Unhos (Catujal incluído no reguengo de Unhos) com todos os seus territórios, herdades, quintas, casais, azenhas, direitos reais, padroados das igrejas e jurisdição civil. Após a revolução de 1383-85, com a instituição de uma nova dinastia iniciada por D. João I (mestre de Avis) os reguengos de Sacavém, Camarate, Frielas e Unhos (que inclui o Catujal) que até aqui possuía D. Leonor Teles são doados pelo novo Rei ao Condestável do Reino D. Nuno Álvares Pereira e seus descendentes. Em 1433, o Rei D. Duarte confirma esta doação passando a propriedade destes territórios para a posse do herdeiro de Nuno Álvares Pereira o seu neto D. Afonso, futuro Duque de Bragança. Nesta data o lugar do Catujal deve ter ganho alguma importância pois é pela 1ª vez citado enquanto reguengo a par de Unhos, Sacavém, Frielas, Camarate e Charneca.

IDADE MODERNA (Sécs. XVI - xvn - XVIll)

Pela 2ª metade do séc. XVI, assiste-se a uma lenta desintegração do sistema feudal (com seus reflexos um pouco por todo o reino, permitindo-nos assim encontrar no Catujal um certo número de pequenos proprietários rurais, a saber: em 1560 Margarida Brás deixa em testamento o pomar da Rosa no Catujal ao seu neto Francisco Rebelo; em 1561 Gaspar Rebelo herda o serrado do Catujal; em 1590 Duarte Brás deixa uma vinha e pomar no Catujal a Pero da Cidade; em 1594 há a noticia da exploração de uma fazenda no Catujal. A actividade dos habitantes do lugar é exclusivamente agrícola (pomares de fruta, vinha e possivelmente cereais no cerrado e na fazenda referidos). Não possuímos dados referentes a actividades artesanais ou ofícios mecânicos.

Durante o séc. XVII podemos deduzir um aumento relativo da importância do lugar do Catujal, pela execução em 1612, do retábulo da igreja de N. Sr.ª da Nazaré (de possível origem medieval) e pela reedificarão da Igreja em 1676 conferido-lhe o aspecto exterior que ainda hoje possui. O interior da igreja ficou muito danificado com o terramoto de 1755. No entanto, um pormenor curioso revelado pelo pároco de Unhos em 1758 diz-nos que à Igreja do Catujal afluíam por esses tempos muitos romeiros por acreditarem que a chave da sua porta tinha poderes milagrosos que curariam pessoas mordidas por cães raivosos e também animais mordidos.


No entanto, o panorama traçado pelo mesmo pároco em 1758 é pouco animador. Diz-nos ele que o lugar do Catujal é pobríssimo. Embora se produza vinho, o azeite é pouco porque escasseiam as oliveiras. Faz-se pouco pão porque escasseiam igualmente o trigo, o milho e a cevada. A produção de legumes é praticamente inexistente (a mesma fonte refere que há 7 anos que não vê feijão no Catujal). A população do lugar é de 58 pessoas constituindo 10,3% dos habitantes da freguesia de Unhos.

ÉPOCA CONTEMPORÂNEA (Sécs. XIX e XX)

Em 1869 o lugar do Catujal estrutura-se ao longo de um caminho principal: a Rua da Fonte (orientada no sentido Este-Oeste) na qual se situa a Igreja, o mesmo se verificando sem alterações em 1885. O que não impede Pinho Leal, no seu Portugal Antigo e Moderno, de 1882, de nos dar o retracto romântico e bucólico do local; diz­nos que o lugar do Catujal é constituído pela Igreja de N'. Sr.ª da Nazaré rodeada de quintas e casas de campo. Cercado de colinas povoadas de vinhas e pomares. A 150m da Igreja situava-se a fonte cercada de frondosos freixos e amendoeiras e junto a ela um cruzeiro: É um sítio formosíssimo (sic).

No entanto, em 1901 o lugar do Catujal era apenas servido por meros caminhos, não possuindo nenhum acesso por estrada. Pela mesma época Unhos e Apelação possuíam já estradas a macadame.

Nesta data uma representação cartográfica mais rigorosa mostra-nos o lugar com o facies que manteve sem alterações até meados dos anos 60 (v. cartografia militar de 1901, 1936, 1945 e 1965) formando um espécie de triângulo constituído a Sul pela referida Rua da Fonte (sentido Este-Oeste) e pelas duas azinhagas que partindo da dita rua se unem a Norte (Rua das Atafoneiras e Calçada das Atafoneiras). Esta forma de extrema simplicidade é ainda hoje bem visível, se bem que cercada de bairros de natureza clandestina que surgindo em fins da década de 60 cresceram de forma muito acelerada nas décadas seguintes até aos nossos dias.


(clique na imagem para a ver maior)

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Ecos do Catujal: foi há 35 anos

«Tanto quanto sei, não foi ainda realizada nenhuma pesquisa sistemática acerca da imprensa operária em 1974-1975. Folheando um jornal em que colaborei naquela época, e que se dedicava exclusivamente a noticiar as lutas dos trabalhadores, encontrei logo em Junho de 1974 menções a A Nossa Voz (quinzenário dos trabalhadores da Timex), O Novo Portuário (boletim dos trabalhadores do porto de Lisboa), A Força Operária (jornal de operários de lanifícios e têxteis), O Trabalhador de Tróia e o Jornal da Sogantal, uma pequena empresa que se notabilizou por ter sido a primeira a entrar em autogestão.

Em Julho de 1974 deparo com a primeira referência ao Jornal da Greve dos Trabalhadores da Efacec-Inel, que nessa altura era diário, e que em seguida passou a intitular-se Jornal da Greve (Suspensa) dos Trabalhadores da Efacec-Inel-Lisboa. A longevidade deste jornal deve ser um caso raro, se não mesmo único, na imprensa operária mundial, porque continuava a publicar-se dois anos depois, e em 8 de Julho de 1976 saía o nº 85, que creio não ter sido o último.

Ainda em Julho de 1974 vejo citados o Voz do Estaleiro (boletim dos operários da Lisnave), o Jornal dos Operários e Grevistas da Mabor e o Jornal do Soldado. Em Setembro de 1974 encontro menções ao Jornal da Greve dos Operários da «Soares da Costa» e ao Jornal da Greve no GPA (Gabinete de Planeamento e Arquitectura).

Em Dezembro de 1974 saíram o primeiro número do Caixa Alta (jornal de jornalistas) e um órgão de bairro, A Voz do Casal Ventoso (um bairro pobre de Lisboa). Por seu lado, o Ecos do Catujal (jornal dos bairros dessa região de Loures) publicava o nº 5 em Janeiro de 1975. No mesmo mês saía o nº 4 de A Fornalha (trabalhadores da Siderurgia Nacional) e também em Janeiro de 1975 foi publicado o Trabalhadores em Luta (folha informativa das reuniões de trabalhadores interempresas).

O Boletim da Comissão de Moradores de Massarelos (no município do Porto) publicou o nº 2 em Março de 1975 e em Dezembro desse ano saía o nº 7. O Soldados em Luta (soldados do RASP) surgiu em Outubro de 1975 e em Novembro apareceu A Nossa Luta (Associação de Moradores Parceria-Antunes, no Porto).

O golpe militar de direita ocorrido em 25 de Novembro de 1975 não pôs imediatamente cobro à vitalidade desta imprensa, porque em Janeiro de 1976 foi publicado o primeiro número de A Voz do Torrão (Comissão de Moradores do Bairro do Torrão, no Porto), em Março o primeiro número de União do Povo (boletim da Associação de Moradores da Bela Vista, no Porto) e em Junho o primeiro número de Despertar (Associação de Moradores de Presa-Velha/Formiga). Ainda numa data tardia como Outubro de 1976 vejo citado o nº 2 de O Estaleiro (trabalhadores da Lisnave).»