sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Concelhos de Loures e Odivelas: Queixas por causa do lixo acumulado há 5 dias devido à greve

«Ao quinto e último dia de greve dos trabalhadores dos resíduos sólidos que afeta os concelhos de Loures e Odivelas, moradores e comerciantes queixam-se do cheiro do lixo que entope os contentores e se amontoa no chão.

A greve dos trabalhadores da recolha de lixo, que se iniciou na segunda-feira às 23:00, termina às 20:00 de hoje, informou o sindicato à Lusa.

Os trabalhadores da recolha de lixo dos Serviços Municipalizados de Loures estão em greve para protestar contra o corte do subsídio de deslocação que auferiam há 27 anos.

Os efeitos da paralisação, que dura há cinco dias, é bem visível em várias artérias da cidade de Loures e Odivelas, onde à falta de espaço para colocar o lixo nos contentores, as pessoas acabam por depositar os detritos no chão.

Alguns moradores e comerciantes ouvidos hoje pela Lusa, estavam solidários com a greve, mas ao mesmo tempo insatisfeitos com as consequências.

Cristina Dantas, moradora na freguesia da Pontinha, Odivelas, falou à agência Lusa junto à escola Falcão Melo, um dos locais mais afetados pela greve, enquanto esperava pelo neto.

“Percebo os motivos da greve, mas esta situação é grave porque são muitos dias. Fala-se tanto do ambiente e deixa-se acumular tanto lixo, ainda por cima ao pé de uma escola”, criticou.

Um pouco mais à frente, o cenário repete-se, desta vez junto a uma pastelaria.

“O cheiro é horrível. Temos de estar sempre com as portas fechadas porque é mesmo desagradável”, afirmou a proprietária do estabelecimento.

Henrique Reis, morador em Loures, disse à Lusa que concordava “com todas as greves”, menos com as do lixo.

“Não concordo porque prejudica os residentes. Não falo só pelo mau cheiro. O lixo traz doenças”, apontou.

Na terça-feira, a Câmara Municipal de Loures reuniu-se com uma delegação do sindicato dos trabalhadores dos Serviços Municipalizados (SMAS) para tentar pôr fim à greve, mas não chegaram a acordo.

No mesmo dia, o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP), que também esteve reunido com a Câmara de Loures, anunciou que ia recorrer aos tribunais para repor o subsídio de deslocação aos cerca de 1500 trabalhadores, afetados com esta medida.

Na quinta-feira o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) apresentou uma queixa policial por considerar que houve uma recolha “ilegal” do lixo em Odivelas e Loures.

Ouvidas pela agência Lusa a Câmara de Odivelas admitiu o recurso a uma empresa privada, para minimizar os efeitos, em particular junto às escolas, enquanto que os serviços municipalizados de Loures (SMAS) disseram desconhecer qualquer iniciativa do género e rejeitaram responsabilidades.»


in Destak online, 04-02-2011

Sem comentários:

Enviar um comentário