"A lealdade é o brasão, que nos invade o coração, com o ardor que ninguém vence, visto o amor é do nosso Sacavenense". A quadra, que faz parte do hino do clube, fundado em 1910, é cantada todos os fins-de-semana assim que a equipa entra no campo. Na longa história do emblema do Concelho de Loures escreveu-se esta semana uma das páginas douradas: a subida dos juvenis aos campeonatos nacionais. Uma proeza tendo em conta que, na próxima época, pela primeira vez no historial, o Sacavenense terá quatro equipas no mapa nacional: iniciados, juvenis, juniores e seniores
A BOLA marcou presença no dia festivo, a entrega das faixas de campeão à equipa juvenil, orientada por Luís Nunes. A receção é calorosa. A agitação é diferente do normal. Quando se pergunta pelo presidente do clube gera-se um curto silêncio. «Aqui todos são presidentes, roupeiros, motoristas, massagistas e treinadores. Todos remam para o mesmo lado», diz um adepto que procurava uma sombra para assistir ao jogo de consagração, diante da Encarnação, da equipa juvenil.
Não é de estranhar esta indefinição. O Sacavenense não tem uma Direção desde setembro de 2007. O clube sobrevive após sucessivas comissões de gestão. A atual é liderada por Manuel do Carmo ou simplesmente «Nelo» para os amigos. É ele o rosto mais visível do novo projeto. Um projeto que atinge na próxima época o ponto mais alto.
«Num clube com as nossas dificuldades não é fácil colocar quatro equipas nos campeonatos nacionais. É o resultado de muito esforço, não apenas meu, mas de todos. Somos uma equipa dentro e fora de campo. Gerir 250 atletas exige o esforço e dedicação de um grande conjunto de pessoas», conta o dirigente, sucateiro de profissão, que explica as dificuldades... mensais.
«Aqui não nos preocupamos com transferências, mas com os 2500 euros de luz para pagar, os 600 de água e os 1400 de gás. Esses são os nossos grandes problemas».
Aos poucos, porém, com uma ajuda aqui e ali, têm-se encontrado soluções.
«Nós somos um clube grande com uma vantagem: conseguimos dormir descansados, sem problemas, com o sentimento de dever cumprido».
O passado unido ao presente
Não é de estranhar esta indefinição. O Sacavenense não tem uma Direção desde setembro de 2007. O clube sobrevive após sucessivas comissões de gestão. A atual é liderada por Manuel do Carmo ou simplesmente «Nelo» para os amigos. É ele o rosto mais visível do novo projeto. Um projeto que atinge na próxima época o ponto mais alto.
«Num clube com as nossas dificuldades não é fácil colocar quatro equipas nos campeonatos nacionais. É o resultado de muito esforço, não apenas meu, mas de todos. Somos uma equipa dentro e fora de campo. Gerir 250 atletas exige o esforço e dedicação de um grande conjunto de pessoas», conta o dirigente, sucateiro de profissão, que explica as dificuldades... mensais.
«Aqui não nos preocupamos com transferências, mas com os 2500 euros de luz para pagar, os 600 de água e os 1400 de gás. Esses são os nossos grandes problemas».
Aos poucos, porém, com uma ajuda aqui e ali, têm-se encontrado soluções.
«Nós somos um clube grande com uma vantagem: conseguimos dormir descansados, sem problemas, com o sentimento de dever cumprido».
O passado unido ao presente
José Albuquerque e Júlio Rocha são dois dos sócios mais antigos do clube. Ex-jogadores, treinadores, dirigentes fazem parte do passado e do presente do clube. O primeiro, de 62 anos, é sócio desde 1975. Acompanha a coletividade desde sempre. Sem hesitar considera o Sacavenense um clube ‘diferente’. Não apenas por ser o seu. Explica porquê...
«Existe uma vertente educacional muito importante. Temos uma relação forte com as escolas e até as notas dos jogadores são analisadas. Sempre que podemos procuramos dar conselhos, indicar os melhores caminhos. O futebol é apenas uma diversão, a escola serve para desenvolver a mente. O futebol é visto como um suplemento educacional», diz.
Júlio Rocha, que já foi quase tudo no clube, ostenta uma placa de identificação que diz apenas... organização. «Sim, hoje estou a fazer parte da organização da entrega de faixas de campeão aos juvenis. Mas já fui tesoureiro, diretor, enfim, um sem número de funções. Isto rouba muitas horas à família, sofremos algumas pressões, mas somos recompensados quando assistimos ao crescimento de alguns jogadores», diz o sócio 118, de 68 anos, trabalhador químico reformado.
O ‘mister’ Nuno Carvalho
Nuno Carvalho foi um dos expoentes máximos da formação do clube. Decorria a época 1992/1993 quando se tornou numa das transferências mais surpreendentes a nível nacional. Deixou o Sacavenense para rumar ao Boavista, que, na altura, atravessava um grande momento da sua história no principal escalão. Aos 34 anos deixou o futebol no Linda-a-Velha. Não foi no clube do coração por não se sentir nas melhores condições. Agora, aos 39 anos, regressou e depois de um período nos juniores, irá assumir o cargo na equipa sénior.
«É a minha estreia, um risco assumido, mas que me orgulha muito. No plantel vou contar com 16 jogadores formados no clube. Será uma nova experiência mas é o único caminho que podemos seguir. Não é tempo para cometer loucuras e o rumo passa por apostar na prata da casa. », destaca, sublinhando total entrega no projeto:
«Não temos ordenados. Procuramos dar uma ajuda nos transportes e alimentação e não podemos ir além disso. Temos a matéria-prima que são os jogadores, esse sim o grande valor deste clube».
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